quarta-feira, 18 de junho de 2008

Classe C aquece o mercado imobiliário e de material de construção

Adriana Menezes

(28/05/2008) A história da porteira Gracielma Pinto de Andrade, de 36 anos, traduz o desejo de milhões de consumidores das classes C e D. Depois de pagar aluguel durante muitos anos, ela conseguiu comprar a casa própria. Colocar as mãos nas chaves do imóvel foi tarefa árdua que demandou paciência, esforço pessoal e persistência em alcançar seu maior sonho.

Como a porteira, pesquisa encomendada pela Cetelem, financeira do grupo francês Paribas, e elaborada pelo Instituto de Pesquisa Ipsos, revela que 16% dos entrevistados da classe C pretendem adquirir um imóvel próprio em 2008. Há quatro anos, esse quadro era de apenas 10%.

O crescimento de financiamentos na Caixa Econômica Federal, principal fonte de recursos para pessoas de renda mais baixa, corrobora a tendência do mercado imobiliário. Na região de Campinas, o banco aplicou no primeiro quadrimestre deste ano R$ 42 milhões em recursos para financiamentos em habitação nas modalidades que operam dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e atendem na grande maioria famílias da classe C. O valor ficou 33% acima do mesmo período de 2007, quando as operações somaram R$ 31,6 milhões.

Foi nessa fonte de recursos que a porteira conquistou a casa própria. “Antigamente, era difícil conseguir o financiamento. Eu tentei há três anos, mas não consegui. No ano passado, voltei a buscar recursos para comprar a minha casa e consegui fechar o negócio depois de seis meses. Com salário melhor, foi possível tomar o dinheiro emprestado e comprar a minha casa. Estou muito feliz”, comemora.

O empréstimo feito por ela foi de R$ 20 mil e o apartamento custou R$ 25 mil. “Eu alugava o apartamento há quatro anos e queria muito que fosse meu. Consegui realizar o meu grande sonho: ter uma casa própria”, diz. Ela afirma que paga um valor de prestação menor do que o custo do aluguel. “O valor do empréstimo é de R$ 194,00. O meu aluguel era de R$ 220,00 por mês.”

Gracielma é baiana e mora em Campinas com um irmão. “Desde quando tinha 20 anos eu desejava comprar a minha casa. Há três meses consegui realizar o meu sonho”, revela. A renda bruta da família é de R$ 2 mil.

Mercado formiga em expansão

O setor de materiais de construção também registra crescimento com a expansão de consumo das classes menos abastadas. As reformas movimentam esse mercado. Dados da Associação dos Comerciantes de Material de Construção de Campinas e Região (Acomac) mostraram que no primeiro trimestre deste ano houve um incremento nas vendas de materiais de construção de 9,5% na região de Campinas. Dirigentes da entidade afirmam que a alta é puxada por clientes que querem melhorar o visual da casa ou aumentar o imóvel.

O diretor da Target Marketing, Marcos Pazzini, afirma que a ampliação da aquisição de imóveis vai gerar uma demanda por móveis, artigos do lar e equipamentos eletroeletrônicos. “A entrada da classe C no mercado imobiliário terá outras conseqüências e irá movimentar diversos setores econômicos", aposta o estudioso do comportamento do consumidor.

Leia matéria completa na edição de 28/05/2008 do Correio Popular e Diário do Povo.


fonte- cosmo on line.

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