quarta-feira, 18 de junho de 2008

Veja quais são as áreas em alta para boas oportunidades

Engenharia é uma delas, principalmente a civil; outras estão no setor agrícola e alcooleiro

Leandro Costa

A temporada dos vestibulares de meio de ano já está aberta e com ela surge a grande dúvida de quem vai ingressar num curso de graduação: que carreira seguir?

É claro que os fatores mais importantes a serem considerados nessa hora são as aptidões pessoais, a vocação, etc. Entretanto, também vale observar os movimentos do mercado para saber que áreas estão em alta e, de repente, tentar aliar suas habilidades com uma delas.

De acordo com análises e previsões de especialistas ouvidos pelo Estado, a habilidade com números pode render boas oportunidades, tanto no curto, quanto no médio prazo, principalmente se o candidato escolher aplicá-la em cursos de engenharia.

“Por muito tempo houve pouco investimento no setor e os profissionais acabaram sendo absorvidos pela área financeira”, diz Eline Kullock, presidente do Grupo Foco. “Agora, o mercado busca pessoas com essa formação para atuarem em suas áreas de origem.”

Esse crescimento de demanda por engenheiros deve-se ao momento que o País atravessa - com a aumento de investimentos em obras de infra-estrutura e a expansão do setor imobiliário - e valoriza os profissionais de engenharia civil, o que não acontecia anos atrás, segundo explica a coordenadora da DMRH, consultoria em recrutamento, Fabiana Nakazone.

De acordo com dados do Censo da Educação Superior, o Brasil forma, por ano, algo em torno de 6 mil profissionais com esse perfil, e como os que se formaram nessa área acabaram migrando para outros setores nos últimos anos, a quantidade de engenheiros civis disponível no mercado fica muito aquém da demanda.

APOSTA

Foi de olho nessas oportunidades que o estudante do primeiro semestre de Engenharia Civil da faculdade Anhembi Morumbi, Luiz Batista, 23 anos, optou pelo curso.

Ele conta que sempre teve habilidade com cálculo e que há algum tempo já havia decidido pela área. “Eu sabia que queria ser engenheiro. Só não sabia em qual área. Daí, pesquisando um pouco acabei vendo que a área civil está aquecida e demandando muita gente”, diz.

Segundo Batista, só no primeiro semestre deste ano ele já recebeu quatro propostas de trabalho. “Ainda não aceitei nenhuma porque acho muito prematuro e porque nenhuma atuava em áreas da construção pelas quais me interesso”, explica

AGRICULTURA

Outra área “quente”, segundo apontaram as especialistas são as relacionadas ao setor agrícola e sucroalcooleiro. “O Brasil é um grande celeiro da área de alimentos e o setor da cana vai crescer muito, o que vai elevar a busca por mão-de-obra”, diz Eline, do Grupo Foco.

“O Brasil é imenso e ainda tem um forte potencial agrícola, o que se reverte em muitas possibilidades”, opina o estudante do primeiro ano de Agronomia (curso que forma por ano, segundo o censo do ensino superior, cerca de 7 mil profissionais), Brenno Fonseca, de 19 anos.

Fonseca conta que ainda não escolheu a área na qual irá atuar e que também não recebeu propostas de trabalho, mas diz que já viu muitas empresas virem buscar alunos que estão um pouco mais avançados no curso.

Fabiana da DMRH ainda destaca que as oportunidades nesses setores não estão direcionadas só para quem tem formação específica. “A área sucroalcooleira, principalmente, há alguns anos era pouco profissionalizada. Então, ainda existem muitas oportunidades para profissionais de outros setores de formação”, diz ela.

Além do segmento de construção e agrícola, outros também estarão em franco crescimento nos próximos anos, segundo os especialistas. Uma delas é a área de Relações com o Investidor. “O boom dos IPOs tem aumentado muito as oportunidades nessa área”, diz Eline.

De acordo com o diretor do curso de Relações Internacionais da ESPM, que aborda essa disciplina (atualmente não existe uma graduação específica no assunto), trata-se de uma atividade que pode acolher profissionais com formação de finanças, administração e marketing. “É uma função que exige muita habilidade em economia, finanças, modelagem de negócios, noções sobre fusões e aquisições, etc. Além disso, o domínio de línguas é também fundamental.”

SEM FORMAÇÃO

A área comercial e de vendas também promete estar em evidência nos próximos anos, na visão de Fabiana. “Não há formação específica para vendedor. Em geral, esse setor é amplamenta dominado pelos formados em administração. Mas qualquer profissional que seja de uma área técnica pode ter boas chances”.


fonte- O Estado De São Paulo.

Nenhum comentário: